PT
BR
Pesquisar
Definições



fio

A forma fiopode ser [primeira pessoa singular do presente do indicativo de fiarfiar], [nome masculino plural] ou [nome masculino].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
fiofio
( fi·o

fi·o

)
Imagem

fio do norte

Cordão fino de linho, polido, levemente encerado e muito resistente, usado na indústria alimentar e no artesanato.


nome masculino

1. Fibra ou filamento de matéria têxtil.

2. Linha.

3. Metal que sai da fieira.

4. Fieira.

5. Corrente delgada e contínua de um líquido.

6. Enfiada.

7. Gume.

8. Substância segregada pela aranha para formar a teia.

9. [Figurado] [Figurado] O que forma uma linha contínua. = CORRENTE

10. Contexto seguido, encadeamento (ex.: já perdi o fio desta história).

11. [Técnica] [Técnica] Cada um dos cortes feitos à serra e ao comprido num madeiro para formar com ele peças mais delgadas.

12. Certo modo de ligar tábuas de um soalho, tecto, etc.

13. Fiada de pedra que borda os passeios das ruas.

fios


nome masculino plural

14. Filamentos destecidos de pano, de linho velho para curar feridas.

15. Meios, processos.


achar o fio à meada

Perceber a lógica ou o funcionamento de alguma coisa.

a fio

Sem interrupção (ex.: estiveram horas a fio na conversa). = A EITO

fio condutor

Idéia, meio ou sinal que serve de orientação numa obra, num raciocínio ou ainda numa situação difícil ou problemática.

fio dental

O mesmo que fio dentário.

Cueca ou calcinha cuja parte de trás tem apenas uma tira fina de tecido.

fio dentário

Fio usado para fazer a higiene do espaço entre os dentes. = FIO DENTAL

fio de pesca

Linha, geralmente de náilon, utilizada para prender o anzol em canas de pesca e outros instrumentos.

fio de vela

O mesmo que fio do norte.

fio do norte

Cordão fino de linho, polido, levemente encerado e muito resistente, usado na indústria alimentar e no artesanato.Imagem = FIO DE VELA

fio terra

[Electricidade] [Eletricidade] [Eletricidade]  Fio condutor eléctrico que liga um circuito ou equipamento ao solo. = FIO-DE-TERRA

no fio

Que se gastou com o uso ou com a fricção (ex.: o fato está no fio; roupa no fio). = GASTO, SURRADO, USADO

perder o fio à meada

Ficar perdido ou desorientado em relação a algo, geralmente um raciocínio, uma ordem lógica, um discurso ou um enredo.

por um fio

Por um triz; por quase nada.

sem fios

[Informática] [Informática]  Diz-se de aparelho, sistema ou tecnologia que funciona sem fios (ex.: ligação sem fios, rede sem fios).

etimologiaOrigem etimológica:latim filum, -i.
fiar1fiar1
( fi·ar

fi·ar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e pronominal

1. Ter fé ou confiança em; dar crédito a (ex.: fiou que aquilo era verdade; não me fio nele; fiou-se que ele era honesto). = ACREDITAR, CONFIAR


verbo transitivo

2. Assumir a responsabilidade por.

3. Entregar com confiança (ex.: fiou-lhe a casa e os bens).

4. Dar como empréstimo (ex.: fiaram-lhe dinheiro, porque sabem que ele paga sempre). = EMPRESTAR

5. Ser fiador de (ex.: os pais fiaram a compra da casa do filho). = ABONAR, AFIANÇAR


verbo transitivo e intransitivo

6. Vender a crédito (ex.: o merceeiro fia a alguns clientes fixos; a loja já não fia).

etimologiaOrigem etimológica:latim *fidare, de fido, -ere, ter confiança em, crer com confiança que.
fiar2fiar2
( fi·ar

fi·ar

)
Conjugação:regular.
Particípio:regular.


verbo transitivo e intransitivo

1. Reduzir ou torcer qualquer matéria filamentosa até formar um fio.


verbo transitivo

2. Fazer tecido ou trama. = TECER, TRAMAR, URDIR

3. Planear acção ou intriga. = MAQUINAR, TRAMAR, URDIR

4. Puxar à fieira; fazer arame a partir de.

5. [Carpintaria] [Carpintaria] Serrar pelo meio, longitudinalmente (ex.: fiar a tábua).

etimologiaOrigem etimológica:latim filo, -are, fazer correr um fio, operar pouco a pouco.

Auxiliares de tradução

Traduzir "fio" para: Espanhol Francês Inglês


Dúvidas linguísticas



Como devo falar ou escrever: "o Departamento a que pertence o funcionário" ou "o Departamento ao qual pertence o funcionário".
Nenhuma das expressões que refere está incorrecta, uma vez que, em orações subordinadas adjectivas relativas, o pronome relativo que pode, de uma maneira geral, ser substituído pelo seu equivalente o qual, que deverá flexionar em concordância com o género e número do antecedente (ex.: os departamentos aos quais pertence o funcionário). No caso em questão, o pronome relativo tem uma função de objecto indirecto do verbo pertencer, que selecciona complementos iniciados pela preposição a, daí que os pronomes que e o qual estejam antecedidos nestas expressões por essa preposição (a que e ao qual).

É de notar que a utilização da locução pronominal o qual e das suas flexões não deve ser feita quando se trata de uma oração relativa adjectiva restritiva que não é iniciada por preposição, isto é, quando a oração desempenha a função de um adjectivo que restringe o significado do antecedente (ex.: o departamento [que está em análise = analisado] vai ser reestruturado; *o departamento o qual está em análise vai ser reestruturado [o asterisco indica agramaticalidade]).




Sou portuguesa e trabalho com colegas brasileiros e sei que eles escrevem Bahia, Cingapura e Irã quando eu escrevo Baía, Singapura e Irão. Não tenho ouvido falar destes casos quando se fala do novo Acordo Ortográfico. Como é que fica agora?

Alguns topónimos têm tradicionalmente grafias ou pronúncias diferentes na norma europeia e na norma brasileira. É o caso, por exemplo, de Amesterdão, Bagdad ou Bagdade, Gronelândia, Havai, Jugoslávia, Madagáscar, Madrid, Médio Oriente, Moscovo, Vietname na norma europeia, que correspondem usualmente a Amsterdã, Bagdá, Groenlândia, Havaí, Iugoslávia, Madagascar, Madri, Oriente Médio, Moscou, Vietnã na norma brasileira. É aqui que se inserem também os topónimos Baía e Irão, mais usuais no português de Portugal, e Bahia e Irã, mais usuais no português de Brasil.

Em geral, o novo Acordo Ortográfico de 1990 não se pronuncia em relação a topónimos (nomes de lugares) ou outros nomes próprios, pois trata-se de uma questão lexical e não ortográfica, a não ser que se trate de um padrão ortográfico específico previsto numa das bases do Acordo (ex.: Castanheira de Pêra, Côa, Tróia). Por este motivo, estas diferenças não são resolvidas e deverão manter-se com a aplicação do Acordo.

O caso de Singapura/Cingapura parece ser diferente, apesar de ter sido também, até ao Acordo Ortográfico de 1990, um caso em que a tradição lexicográfica (isto é, o registo em dicionários e vocabulários) portuguesa e brasileira divergia.
Esta divergência vinha pelo menos do Acordo Ortográfico de 1945 (que o Brasil não aplicou), onde se pode ler, na Base V, "[...] 3.° Distinção entre as sibilantes surdas s, ss, c, ç e x: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. Anos antes, em 1940, era Cingapura a forma registada no Vocabulário da Academia das Ciências de Lisboa, considerada "grafia preferível a Singapura". A explicação para a alteração preconizada pelo Acordo de 1945 é dada por Rebelo Gonçalves, no seu Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa (Coimbra: Atlântida - Livraria Editora, L.da, 1947, p. 41, nota 4): "Se bem que o Vocabulário da A. C. L. tenha registado a escrita com c, Cingapura, fundando-se na preferência que lhe dão filólogos do nosso tempo (entre outros, Cândido de Figueiredo, Novo Dicionário, "Apenso Geográfico"), não nos repugna, antes pelo contrário, que na Base V do Acordo Ortográfico se haja preferido Singapura. A verdade é que se a escrita com c tem abonação de Barros, Camões, Castanheda (Cincapura), Mendes Pinto (idem), a escrita com s ocorre também em escritores antigos, como Galvão (Sincapura), Couto (idem), Godinho de Herédia (idem), Bocarro (Sincapur); é a que se torna corrente do século XVIII em diante [...]; e tem a vantagem, decerto apreciável, de não destoar das formas correspondentes de outras línguas modernas."

O Acordo Ortográfico de 1990, aceite pelos dois países, viria, aparentemente, pôr fim a esta divergência, uma vez que esta parte do texto legal é quase igual à de 1945: "[...] 3.º Distinção gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas: ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa [...]" [sublinhado nosso]. É então referida explicitamente a forma Singapura, mas o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (São Paulo: Global, 2009, 5.ª ed.; versão em linha em http://www.academia.org.br/nossa-lingua/vocabulario-ortografico [consultado em 2016-05-05]) regista os gentílicos cingapurense e cingapuriano, a par de singapurense (note-se que este vocabulário não regista nomes próprios). Este facto parece ter condicionado a manutenção das variantes com c em alguns dicionários com a aplicação do Acordo Ortográfico, nomeadamente o Dicionário Priberam, uma vez que o VOLP é considerado a obra de referência para o português do Brasil, fazendo com que as duas variantes (singapurense e cingapurense) sejam aceitáveis no português do Brasil, mesmo depois da aplicação do Acordo Ortográfico.

Deve referir-se que esta não é a única opção que decorre da publicação do VOLP e não da aplicação do Acordo Ortográfico; veja-se, sobre este assunto, o que é dito nos Critérios da Priberam relativamente ao Acordo Ortográfico de 1990 (português do Brasil).